quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O que é que posso fazer por ti?


Muitos problemas entre casais começam quando uma das partes desiste do altruísmo e passa a pôr sempre em primeiro lugar os seus interesses e os seus prazeres. Gente que deixa de se preocupar com o bem-estar e a felicidade do outro, procurando apenas satisfazer-se, divertir-se, fazer o que bem lhe apetece. E isto acontece a todos os níveis.


O caso quase sempre mais evidente prende-se com as actividades domésticas. Por norma, os homens são, nisto, muito mais desleixados e egoístas. Não lhes custa nada levantar um prato da mesa, mas já estão habituados a que a mulher o faça, por isso, deixaram de o fazer, muitas vezes sem a consciência de que para a mulher aquela tarefa é também aborrecida, e que ela também preferiria acabar de jantar e deitar-se no sofá a fazer zapping.
Quem diz levantar o prato diz pôr a mesa, ajudar a fazer o jantar, preparar o pequeno-almoço. O que parece tão simples - mas que muita gente teima em não perceber - é que quando as tarefas são divididas sobra mais tempo para que se possam fazer coisas a dois (o problema, se calhar, é mesmo esse, e há quem prefira ter um tempinho sozinho só para não ter de estar a levar com o outro - e quando se chega a este estado, de facto, mais vale ir cada um para seu lado).
As tarefas domésticas são um exemplo, podia dar muitos outros - só se vê os programas de televisão que um quer, só se vai aos sítios que um quer, só se vai passar um fim-de-semana quando um quer, só se faz alguma coisa de diferente quando um quer.

Os pequenos egoísmos que, todos juntos, geram uma vida egoísta podem dar cabo de uma relação. Muitas vezes, quando rebenta a bomba, a razão pode parecer absurda e insignificante, mas foi apenas a gota que fez transbordar o copo, que se foi enchendo com os anos.

Para que consigamos ser felizes temos de fazer coisas que nos façam felizes. Não acredito naquela coisa de “um amor basta-me”. Não, não basta. Isso é teoria dos filmes. Na vida real, um amor faz-se, também, de atitudes altruístas, da procura pela felicidade alheia, e não apenas a nossa. Amor é, também, dar de nós.

Para mim, pode ser uma grande seca ir a um concerto de uma banda que não gosto nada, mas se o meu homem a adorar, se para ele for um momento de grande felicidade ir àquele concerto, eu devo procurar essa felicidade para ele, e fazer tudo para lhe proporcionar isso. Acho que o estado mais perfeito do altruísmo surge quando conseguimos ser felizes apenas e só por proporcionar felicidade aos que amamos. O caso dos filhos é exemplificativo. Para muitos dos adultos é secante fazer alguns programas que os putos adoram (não conheço muitos adultos que gostem de se enfiar em locais cheios de putos aos berros). Mas fazem-los. E sentem-se felizes ao ver o filho feliz. Se fazem isto pelos filhos também o deviam fazer pela pessoa com quem estão, e que amam.

Como disse antes, este altruísmo deve atingir diversos níveis. E também deve chegar à cama. Quando uma das partes se preocupa apenas em satisfazer-se, quando não se preocupa minimamente no que o outro gosta, então, o sexo perde quase todo o seu encanto. É normalmente assim que chega o afastamento sexual, porque o prazer tornou-se obrigação, porque já sabemos que o momento não vai ser mágico, não vai ser excitante, vai ser previsível, aborrecido e sem química - cinco minutinhos a despachar, só mesmo para cumprir calendário.

Depois há aqueles casos de pessoas que são egoístas durante uma vida, mas, uma vez por ano, fazem qualquer coisa de excepcional, e acham que isso lhe deve valer créditos para o próximo ano. São aqueles homens que não mexem uma palha o ano inteiro, e um dia a mulher chega a casa e tem o jantar feito, e eles acham-se os melhores maridos do mundo. Ou a mulher que parece que está a dormir de todas as vezes que faz sexo com o marido, mas que um dia veste uma roupa provocante, dá-lhe uma noite louca e acha que cumpriu com a sua obrigação.

Todos podemos e devemos ser egoístas de vez em quando. Não o devemos é ser na maior parte das vezes.
Era bom que todos os dias cada um de nós pensasse no que é que pode fazer pela felicidade do outro. Seríamos todos muito mais felizes.
E que tal começar hoje?

1 comentário:

  1. Achei o blog nice em termos de informação sobre o amor...espero k tenhas muito para dar!!! Mas as informaçoes encontram-se desorganizadas e tal... e as cores usadas nas palavras e frases n ajudam na leitura...espero que organizes o blog...by Marks

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