sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ah e tal, pois claro, nós é que somos a geração perdida. estamos é muito bem informados e não fazemos [vá, muitas] asneiras.

Estou a ler um livro em que a história se passa no tempo do D. Afonso Henriques. Se dizem que agora os jovens são uns libertinos, que sabem tudo sobre tudo muito novinhos, deviam ter vivido naquela altura. Credo! Aquilo era com primos, irmãos, sobrinhos, tios e depois tinham filhos dos incestos. Era uma rambóia, era o que era. Portanto, não se queixem dos meninos de 11 anos já falarem em sexo e varões [verdade, verdadinha] e lap dances [siiim, leram bem]. Enquanto for só isso, é muito bom.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um pequeno contributo sobre o Amor

Se falar de amor é uma tarefa difícil, então escrever sobre amor é uma ilusória pretensão…
Não se pretende fazer uma revisão da literatura sobre o tema, nem discutir teses ou opiniões, apenas que estas linhas surjam como se pensa que o amor deve fluir: livremente.
Se se fala de amor desde que se fala de vida e se se fala de vida desde que se fala de morte, então fala-se de amor desde que se fala de morte. Este poderia ser perfeitamente um dos silogismos de Aristóteles e Platão. Mas, tal como os que são vulgarmente conhecidos através da lógica de Aristóteles, também este é digno de refutação…
Falar de amor significou, no passado, falar de morte, de desgosto e de sofrimento. Lembremos a literatura clássica, o romance de Romeu e Julieta ou a poesia de Bocage.
Platão, Aristóteles, Kant, associavam o amor à perda, à ausência; Shakespeare, à separação, ao desespero; Bocage, ao desprezo, à solidão. Para Camões, era “um fogo que arde sem se ver”; para Florbela Espanca era “alma, sangue e vida”; Para Ricardo Reis era “toque, carne”…
O amor está nas páginas dos livros, nas letras das músicas, nas imagens da publicidade, está em todo o lado, depende apenas do prisma através do qual o vemos.
Eduardo Sá, fiel descritor da realidade dos nossos dias, apresenta-nos seis amores, defendendo o sexto como sendo o especial, o único. Pessoalmente, concordo.
Penso que se se analisar a realidade actual, encontramos um retrato fidedigno do que é o amor, sem adereços, sem falsos moralismos, afinal já lá vai o tempo dos amores prometidos à nascença.
O amor existe. Sem a menor sombra de dúvida.
Existe nos momentos em que se sonha acordado, com a realidade que se quer construir, um dia.
Existe na mão invisível do pintor que borra o céu em tons de rosa, enquanto os condutores na sua azáfama, nem se apercebem do cair da noite.
Existe na delícia de um gelado que se saboreia em pleno Inverno.
Existe nas horas em que, incógnitos, passamos horas em frente à montra da loja de artigos para bebé.
Existe naquela letra de música que gritamos a plenos pulmões, na certeza de ter sido escrita para nós.
Existe em todas as promessas, feitas em silêncio.
Existe no toque firme da paixão.
Existe no olhar do homem que venera o sono da sua mulher, na esperança de vislumbrar uma curva, quente, da sua silhueta.
Existe, nas lágrimas que correm, à chegada e à partida.
Existe no animal que dorme, tranquilo ao nosso colo, confiando na mão que o acaricia.
Existe nas plantas que germinam, fruto da paciência e da dedicação.
Existe na lembrança, na saudade.
Existe nas cores, nos sons e nos cheiros que provocam sorrisos pela recordação de quem se ama.
Existe na coragem necessária para afastar o objecto do nosso amor, empurrando-o na luta pelos seus sonhos.
Existe na força com que se escolhem as melhores palavras para esconder o desespero que a ausência provoca.
Existe na loucura de dizer “adeus”, quando se quer dizer “fica”.
Existe na insanidade de confiar no outro, como em nós mesmos.
Existe na entrega total, de saltar sem rede, começando tudo de novo, infinitas vezes.
Existe na febre com que se diz “para sempre”, na consciência das dificuldades do amanhã.
Existe na mão do homem, que toca firme, na barriga da mulher onde cresce a esperança.
O amor existe.
É vida.
É onde tudo começa, onde nada termina.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Projecções

''Fritz Perls costumava dizer que oitenta por cento da nossa percepção do mundo é pura projecção... E contam que depois de o dizer olhava bem nos olhos do seu interlocutor e acrescentava: e a maior parte dos vinte por cento, também.
Quando as pessoas expressam as suas queixas sobre o que lhes acontece, deve-se investigar o que é o próprio na pesssoa que se está a queixar.
Se a ele, por exemplo, o incomoda o egoísmo da sua companheira, poderá ser porque não se atreve a reconhecê-lo ou porque consente em privilegiar-se.
O seu caminho, em todo caso, passará por rever o que se passa com ele quanto ao seu egoísmo e trabalhar sobre isso, deixando que o outro seja como quer (ou como pode).
Quando alguma coisa no outro me está a incomodar, quase sempre significa que na realidade essa coisa me incomoda em mim. Se eu não estiver em conflito com esse aspecto, não me incomoda que o outro tenha. De modo que a minha pergunta é sempre: Porque me irrita isto no outro? Que tem a ver comigo?
Aproveitar os conflitos para o crescimento pessoal: é disso que se trata. Em vez de utilizar a minha energia para mudar o outro, utilizá-la para observar o que há de mim naquilo que me incomoda.''
in Amar de Olhos Abertos-Jorge Bucay e Silvia Salinas



Quando eu for Psicoterapeuta quero ser como Jorge Bucay :')
Grande livro (aliás, como todos outros)
Recomendo, recomendo e recomendo!!!