sábado, 29 de janeiro de 2011

Carta I

Como no primeiro dia. Como no primeiro toque. Tu nem consegues imaginar como que é bom sentir-te…
O toque da tua pele, o teu cheiro, o teu sorriso. O som da tua voz. Tão perfeito…
Apareceste caído num pára-quedas todo o terreno, com uma magia indefinida.
E eu apaixonei-me por ti. Como da primeira vez que me apaixonei de verdade. Tinha 15 anos.
Só quem gosta de alguém com o coração todo, entende o poder de uma paixão na nossa vida. É como se tudo o resto perca importância. A nossa vida enche-se de sonhos e de planos. De filmes e de parvoíces que partilhamos junto com os sorrisos e os momentos cúmplices.
Já reparaste que nós dois temos isto tudo e muito mais? Somos mais parecidos que diferentes.
No primeiro dia que nos vimos eu tremi. De medo e de nervoso miudinho. Sabia que não me ias passar a ser indiferente. Que irias revoltar todo aquele mundo que eu gosto de ter controladíssimo e sem grandes surpresas. Mas foi bom. Foi óptimo.
E como um dia escrevi, “Porque é que quando as borboletas do Amor e da Paixão se soltam dentro de nós, sentimo-nos de novo com todo o poder da realizar tudo? Achamos que temos o mundo na palma da mão.”, era exactamente isto que sentia quando os dias passavam e estavas comigo em pensamento, depois de estares ali, ao meu lado.
Sinto-te em mim com uma intensidade única. Como se fosses uma camada da minha pele, fina e delicada. Macia e brilhante.
O teu olhar tímido nunca me abandona. Os momentos em que te segredei ao ouvido o quanto eras especial para mim. Lembraste do primeiro beijo? Foi tão desastrado. Mas o segundo, o terceiro e todos os outros foram mais do que perfeitos. Foram mágicos e especiais. Demos parte de nós naqueles instantes. Porque para mim, gostar de alguém é apenas partilhar a profundidade do nosso sentir. E quando fazemos amor com uma pessoa entregamos parte de nós. Deixamos lá a nossa maior pureza junto com o prazer que damos e sentimos. É desta forma que te sinto em mim. Tão pura e demasiado honesta.
Sonho contigo porque já não te posso ter. Porque as vidas podiam ser aquilo que cada um quisesse ser, mas não são. Não há lâmpadas mágicas como na história do Aladino. Em que temos direito a pelo menos três desejos realizados. Mas não me importo. Porque enquanto te sentir em mim, estarei completa. Porque fui feliz. Vivi cada momento como único e com toda a entrega possível. Acho que esta é a verdadeira magia da vida. Termos a capacidade de nada esperar. Ganhar coragem e aceitar sem questionar ou resignar. Cada um é o que é e o que pode ser naquele momento.
Sinto-te em mim. Todos os dias.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estado: estou sempre a mudar.

Faz-me uma certa confusão aquelas pessoas que estão sempre a mudar de estado no facebook. Ora namoram, ora ficam noivos, ora descasam e ficam solteiros, ora passado uma semana já estão comprometidos com outros. Enfim, acho mesmo que algumas pessoas só o fazem para ter comentários, e dessa maneira arrecadar uma mísera atenção dos outros.
Então amigos, quando estiverem in a need de comentários arranjem uma maneira mais divertida, porque essas mudanças de estado repentinas só me confundem (e imagino que a muitas outras pessoas também) e teimam sempre em aparecer nas minhas top news.
O meu estado esta(va), desde sempre, oculto e só mudei porque ele pediu-me. Porque ao final não vivemos pelos/para os outros, certo?

mais lojas, mais compras e afins.

E depois entrei noutra loja e, desta vez, não estavam lá miúdas a comprar sapatos de salto alto. Estavam as duas empregadas em amena cavaqueira sobre o conteúdo das mensagens que uma delas teria trocado com o seu amante na noite anterior. Como a loja era pequena e elas fizeram questão de fazer de conta que eu nem lá estava e estava a dar uma música dos Coldplay, fiquei lá a vaguear um bocadito e acabei por ouvir tudo. Então dizia ela que ele lhe tinha mandado uma mensagem de boa noite a dizer conclusão: gostei de estar contigo. E ela muito chocado enviou outra a dizer conclusão? e ele voltou a responder a mesma coisa. Sai-se a mulher com a frase ah, não percebo, depois dizem que eu não consigo estar com homens. Resumidamente, eu não percebi nada da historinha de cinderela que estavam para ali a contar e muito menos vocês, caros leitores, entenderão, mas é só para deixar claro que a mulher já tinha uns 40 anos e que, eu sei, o amor não escolhe idades, mas andar ali com conversinhas de crianças/adolescentes aos pulos, não é para a minha idade quanto mais para a dela.

Pessoas, gostar de estar contigo quer mesmo dizer isso, gostar de estar contigo. Entendidos? Bolas, mulher complicada!

lojas e compras e afins.

Entrei numa loja e entraram meia dúzia de miúdas não ultrapassando os 14 anos e vem uma delas toda histérica mostrar-lhes os sapatos que tinha comprado no fim-de-semana. As amigas abriram a boca de espanto, roeram-se de inveja e disseram que a miúda ia ficar um arraso em cima daqueles mais de 20 centímetros de tacão. E a mim apetecia-me muito chegar à beira da miúda e dizer-lhe:

- não, amiga, não vais ficar um arraso, vais parecer muito puta.


Mas não fui. Só porque tenho respeito pelos (gostos dos) outros e porque não me queria armar em guru da moda e porque não apetecia ter um bando de adolescentes à perna e porque não sou de escândalos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Fiquem atentos!!!

A conjuntura não nos é favorável. Se estão sozinhos e pouco correspondidos, fiquem a saber o que me contaram ontem: só em 2012 os astros se alinharão convenientemente para nos brindarem com o amor. Amores felizes só em 2012. Provavelmente, nessa altura as taxas de juro já terão subido tanto outra vez que voltaremos ao conceito de «o amor e uma cabana» em vez da solidão no condomínio...

...

O que não nos mata torna-nos mais fortes. Tenho repetido isto milhões de vezes e acho que vou encher um caderno com esta frase. Só para ter a certeza que é assim. Tenho tantas dúvidas, dou tantas voltas à cabeça e já não consigo distinguir o real do imaginário. O que não nos mata torna-nos mais fortes, repito. Mas é só lá mais para a frente. O que não me matou tornou-me frágil, faz-me chorar na almofada, imaginar cenários que provavelmente nunca acontecerão, faz-me parecer forte durante o dia e um caco durante a noite, faz-me querer gritar do alto de uma montanha que quero outra vida e faz-me parecer tudo errado. É esta a conclusão: está tudo errado comigo.

só queria desabafar um bocadinho.

Espero que já tenhas aprendido que a tua felicidade é sempre temporária. E eu estou sempre aqui - muito burra - quando estás feliz e nem sequer te lembras que existo, e quando estás triste e desiludido e eu passo a ser o teu quase tudo, o teu ombro, o teu apoio. De vez em quando, eu posso ser injusta e impulsiva e dizer coisas sem pensar e magoar-te. E peço-te desculpa. Mas já pensaste nas vezes que me magoas e eu continuo aqui a sorrir(-te)? Não, pois não?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

2011, be kind.

2010 foi um ano estranho. Andei a tentar construir puzzles que tinham ficado por construir do ano anterior. Passei muitas noite e muitos dias com lágrimas nos olhos e, pior, no coração. Foi o ano em que tive obrigatoriamente de crescer, de virar a página vezes sem conta. Morri de amor uma quantidade de vezes e ressuscitei. Perdi muito mas voltei a ganhar e em maior quantidade. Foi o ano das decepções em massa, das noites em claro, da tristeza, dos maus olhados, dos free hugs, dos baldes de chá, do mundial, do aprender a viver com o que tinha, da dose dupla de Caminha, dos amigos, dos segredos, das descobertas, dos sítios novos, dos gosto de ti, dos erros, das festas, das happy nights. Foi o ano em que aprendi que posso amar infinitamente pessoas mesmo que essas pessoas estejam com outras pessoas. Que o amor é muito mais do que isso, muito mais do que gostar dele(s).

Por isso, 2011 que aí vens, já sou uma pessoa (um pouco mais) crescida e peço-te que venhas com tudo de bom que tens para me dar. Não te peço boas notas, nem gajos, nem que o Benfica seja campeão mas peço-te que me tragas força e coragem para manter tudo (e todos) o que tenho hoje. Porque eu quero é ser feliz e acho que já começo a fazer por merecer.