quinta-feira, 30 de junho de 2011

só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos, todas as incertezas, todas as inseguranças, toda a parte feia e real que toda a gente quer esconder com bebidas, poses, frases de efeito, saltos altos, maquilhagem e inconsciências rídiculas. nunca ninguém me viu tão nua e transparente como ele, nunca ninguém soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar e não ser amada, de não ser boa o suficiente.
só ele viu o meu corpo de verdade, o meu prazer de verdade, as minhas lágrimas debaixo dos lençóis com medo de não ser bonita e inteligente que baste.
foi apenas para ele que me dei a conhecer totalmente porque sabia que ele me ia amar, apesar de eu ser
não-tão-bonita mas intensa e verdadeira, tal como um quadro de Picasso.

sábado, 4 de junho de 2011

namorados.

namorados. são uma coisa bestial. fazem-nos sentir que somos a mulher mais bonita, a única, a amada, a desejada, na qual a armadura é trocada por um bom corpete com cinto de ligas. chamam-nos pequenina, princesa, boneca e outras delícias para o ouvido e o coração.
namorados. são uma coisa bestial. até ao dia. ao dia em que acordam e ficam com dúvidas, começam a pensar no-que-é-que-isto-vai-dar, e descobrem que o mundo está a abarrotar de Princesas, Pequeninas, e outros seres maravilhosos com longas pestanas, calças de ganga justas e cabelo comprido. e que muitas delas, coitadinhas, estão tão sozinhas, mesmo a precisar de companhia.
namorados. são uma coisa bestial, se nunca nos esquecermos que são como os iogurtes: saborosos, docinhos, deliciosos, mas com prazo de validade!

e é basicamente isto.

Mais importante do que sabermos o que queremos, é sabermos o que não queremos.

desde que o professor não vá lá tomar o pequeno-almoço.

Adoro pessoas que fazem cábulas - que passam por escrever nos braços forte e feio - no meio do café.