Hoje tive uma noite dificil. Acordei com um mau-humor que não é habitual em mim. A primeira coisa que pensei foi espero que ninguém me venha moer a cabeça que hoje sou bem senhora para mandar as pessoas para um certo sítio que eu cá sei. Tomei um comprimido para as dores de cabeça just in case porque na realidade ainda não me doía. Já passava da hora do lanche quando me mandaste mensagem para jantar. Apeteceu-me muito dizer hoje não que não estou para aturar ninguém mas não quis ser mal educada e então lá aceitei. Não queria daqueles jantares demorados onde invariavelmente tu pedias um bitoque, eu pasta mexicana, tu sumo de laranja e eu coca. Mas foi. Eu devia estar numa espécie de transe patrocinado pelo raio do comprimido porque estava a fazer tudo ao contrário do que queria quando acordei. Deves ser tu que me pões assim, calma e inexplicavelmente bem disposta. Olha, até te digo que poderíamos ter seguido para a sobremesa e mais tarde para uma ceia e depois para o que quisesses porque estava mesmo a ficar melhor mas tu decidiste levar-me a casa. Já passavam das 22 e eu aceitei porque o ac estava à minha espera e eu precisava de refrescar os pés que entretanto tinham ficado transpirados. E lá fomos nós a cantar aos berros as músicas que passavam no rádio e a sorrir para as criancinhas que iam nos outros carros e ligaste o ar condicionado e eu já tinha os pés gelados.
E depois paraste à frente de minha casa e deste-me um beijo e disseste boa noite, meu amor. E eu quase morri à tua frente. Comecei a transpirar outra vez. E posso-te dizer que não terei uma boa noite como tu me desejaste porque o meu coração andou a saltitar entre o quentinho das tuas palavras, do teu sorriso e a incerteza, a confusão, o medo de teres dito aquilo por dizer. Percebes? Chamaste-me amor e eu não sei o que isso quer dizer.
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